Onde tudo começou: o cabo coaxial

 Apesar de sempre lembrarmos de que os cabos de rede são o par-trançado e o cabo de fibra óptica, no início das redes não eram estes os tipos de cabos disponíveis na infraestrutura inicial. Quem proporcionou este começo de conexão entre equipamentos computacionais foi o cabo coaxial. Na foto a seguir esta um exemplo deste tipo de cabo.


Este cabo utiliza sinais elétricos como forma de envio dos bits, semelhante ao cabo par-trançado. Mesmo com a questão da interferência eletromagnética que pode acontecer com este cabo, entre as vantagens está a grande proteção que o mesmo possui quanto a interferência eletromagnética. Esta vantagem é bem observada quando sabe-se das partes que formam este cabo, como ilustra a figura a seguir


Da esquerda para a direita na foto acima é possível ver um pequeno condutor, normalmente de cobre. Esta é a parte por onde o sinal propaga-se. 

Na sequencia, uma peça de plástico bem grosso, que na foto está com uma transparência, onde é possível ver o condutor na sua parte interna. Este é o isolante interno, o qual permite que o condutor fique isolado de qualquer parte metálica que possa interferir na propagação do sinal, seja esta parte metálica do próprio condutor ou qualquer outra peça externa. 

A seguir, uma malha de fios finos de cobre na sua maior parte, que impede, junto com o plástico descrito anteriormente, a interferência eletromagnética de fontes externas. 

Por fim, a capa protetora que envolve e protege fisicamente todos os componentes anteriores, que na foto está em cor preto.

A figura a seguir ilustra mais um exemplo do cabo coaxial, com os nomes de identificação de suas partes com o termo técnico utilizado.

Apesar do cabo ter como desvantagem a pouca flexibilidade física, alguns modelos são mais maleáveis do que outros. Isto deve-se às partes que fazem o cabo. Por exemplo:

  • Quanto mais grosso for a parte de plástico interna, menos maleável é o cabo. 
  • Quanto mais grosso é o condutor, menos maleável.
  • Quanto mais grossa é a malha, menos maleável.

Esta característica de ser menos maleável fornece uma vantagem de robustez quanto a quebra do cabo. Porém, ao mesmo tempo, fornece uma desvantagem em suas extremidades, pois quanto mais grosso é o cabo, mais pesado é. E o resultado é este pesado empregar no conector de suas extremidades mais força na estrutura para conseguir aguentar ao longo do tempo uma boa conexão. E com o tempo este maior peso acaba por danificar esta conexão, causando desde um mau contato e até a perda total de conectividade.

Apesar dos vários tipos de cabos coaxial existentes, 2 deles eram o mais comuns entre as redes: o coaxial fino e o coaxial grosso e são exemplos da diferença em termos de flexibilidade.

O coaxial fino ou RG-58 tinha como distância máxima 185 metros, com núcleo de cobre em que as vezes era de fio único e outras vezes tinha vários fios mais finos. A imagem a seguir tem um exemplo deste cabo, com o condutor de fio único.


O coaxial grosso tem este denominação por ter um condutor mais grosso que o anterior, como mostra a figura abaixo.


Quanto maior o condutor do cabo, maior a distância máxima permitido sem uso de amplificadores. Normalmente a distância ficava no valor de 500 metros.

Como comentei anteriormente, a extremidade de cada cabo era um ponto de preocupação. O conector utilizado neste extremidade tem o nome de BNC (Bayonet Naur Conecter). Assume vários formatos, dependendo de qual função desempenha. O que está na foto a seguir é o tipo utilizado nas extremidades para conectar o cabo e tem o nome de BNC.


Na foto abaixo está o BNC T, cuja função é receber o conector BNC de cada parte e conectar à placa de rede.

A forma como este conector é utilizado nas redes está na foto a seguir. Observe que o conector recebe a conexão de dois lances de cabo coaxial e ainda permite a ligação com a placa de rede.

Esta parte de conexão é justamente a mais frágil na estrutura do cabo coaxial.

Abaixo está o BNC Terminator, com a função de conectar o último lance de cabo e com a corrente que a foto mostra, fazer o devido aterramento da parte metálica do cabo.


A ação deste conector em uma estrutura de rede é mostrada a seguir. Observe que o cabo precisa ter uma indicação de fim de enlaces. Este conector tem esta responsabilidade, de indicar que o enlace com cabo coaxial está finalizado, além de permitir escoar todo o excesso de energia que esteja em sua estrutura para o sistema de aterramento.


Por fim, deixo este link com um exemplo de como fazer a conectorização deste tipo de conector no cabo coaxial.

Apesar de um cabo antigo, ainda é permitido pelo norma TIA-568.4-D, junho de 2017 conforme pode ser confirmado no link da TIA online.

No próximo post, inicio os detalhes sobre as partes de um sistema de cabeamento estruturado, de acordo com a norma vigente.

Até lá.


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