Enrolando para dar certo - parte 1... ação!!!

A postagem anterior (Se não pode contra o inimigo, una-se a ele) foi sobre os órgãos normatizadores. Aqui vou iniciar o detalhamento sobre as normas citadas na postagem anterior, com ênfase aos cabos utilizados pela estrutura de cabeamento estruturado. E sim, atualizado o mais possível!!!

Todos sabemos que os cabos aplicados nas redes de computadores são o par-trançado e a fibra óptica. Em ambientes internos, o campeão de audiência é o par-trançado. Porém o sonho do administrador é ter fibra óptica em todas as conexões de rede (quanto mais rápido, melhor!...será?). A escolha da fibra óptica implica que os demais acessórios necessários a sua conexão, torne o sonho um pouco distante de sua aplicação de forma corriqueira (vou detalhar em uma postagem mais adiante). Ainda assim, a indústria tem fornecido soluções mais acessíveis para que o uso da fibra óptica seja mais comum e menos dispendioso, em termos de material e mão de obra.

Como o objetivo é conhecimento, é sempre EXCELENTE conhecer o que os 2 tipos de cabeamento ofertam, e assim definir a melhor aplicação. 

Inicio pelo cabo par-trançado, com suas vantagens, desvantagens, características físicas e as normas de cabeamento.

https://cdn.pixabay.com/photo/2014/10/19/19/57/network-cables-494649_960_720.jpg

A vantagem da aplicação do cabo par-trançado está em ser fácil adotá-lo na estrutura que já existe, pois os equipamentos disponíveis nas redes de computadores já possuem esta conexão. 

Como desvantagem está a interferência eletromagnética que é sempre a primeira a ser citada, devido este problema provocar uma diminuição no desempenho da transmissão.

O nome par-trançado vem da forma como os condutores internos são dispostos no cabo, na forma de trança. Fisicamente o cabo par-trançado é formado de condutores sólidos, normalmente de cobre, cobertos por um plástico e trançados par-a-par. Ao final uma capa de plástico cobre todos os condutores (temos alguns outros tipos, com mais detalhes, porém estará no próxima postagem).



https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9FwRmEV3c3pDf8-DVNnxtZHjW9xHupb8lsy7Bg1r2fRlWs3D6uu5AtFYOXFTH7UEdMHfC1uSZd4f2F01uwV4vnJcfNjAKsKS8jD0aGh-9x_539FjvBEi6gcbzHf-csdYs3_QlVUcPmzzj/s1600/CABLEUTP.jpg

O motivo para o trançamento é minimizar o campo magnético que se forma entre os condutores internos devido a passagem de elétrons. Este campo provoca a tal da interferência eletromagnética, que sabemos ser muito prejudicial a transmissão em cabos metálicos.Veja aqui neste curto video do profº Marcos Luiz como ocorre o fenômeno de formação do campo eletromagnético ao longo de um condutor qualquer.

Então prezados colegas:

NÃO RETIREM A TRANÇA DOS CONDUTORES!!! 

Não adianta proteger das interferências externas e retirar as tranças, seja qual for o motivo.

Em termos de norma de cabeamento estruturado mais atual, o cabo par-trançado segue as informações contidas na norma TIA-568-2 - D (de setembro de 2018 - BALANCED TWISTED-PAIR TELECOMMUNICATIONS CABLING AND COMPONENTS STANDARD). Esta designação precisa estar grafada na capa de plástico externa, que cobre todos os condutores. Assim temos a certeza para qual revisão da norma de cabeamento estruturado o cabo foi fabricado. No Brasil, o cabo par-trançado também deve ser homologado pela Anatel.

Como exemplo de fabricantes de cabo par-trançado que seguem as diretrizes são:
Nexans;
AMP;
MPT;

Os links estão disponíveis para consulta. Sugiro uma visita em todos para conhecer as opções de produtos disponíveis.

A lista é grande. Então como saber se o material segue as normas de cabeamento e é homologado pela Anatel (no caso de empresas brasileiras)?

Para o caso das normas de cabeamento, é importante que o site do fabricante forneça o manual de características do cabo par-trançado. Algumas delas oferecem os data sheets, simuladores, combo de produtos de acordo com o cenário escolhido.

Em relação ao Brasil, para homologação pela Anatel, o link permite consultar se o produto é homologado pelo órgão. Basta informar o número da homologação que está presente no produto. Sugestão: consulte, sempre!

O assunto sobre cabo par-trançado continua na próxima postagem, com as suas classificações. Enquanto isso, vamos comentar! Até a próxima.



Comentários

  1. Excelente postagem como sempre!!!!

    ResponderExcluir
  2. Muito bom! estou aguardando a parte 2!

    ResponderExcluir
  3. Show, hora de parar de aprumar (raspar)os fios antes de crimprar 😁😁😁

    ResponderExcluir
  4. Brilhante, Mestra! Escreveu pouco mas disse muito! Pena que ainda não consigo crimpar o cabo sem dar aquela "penteada" nas pontas dos fios, mas vou aprender. Mas dói quando presencio gente de TI ver um cabo crimpado errado e dizer que o que vale é se as duas pontas estiverem do mesmo jeito, pois aí "pinga" e se "pingar" é o que importa! Ughh

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Daniel, a ideia do blog é um texto curto mesmo, mas com informação relevante. Obrigada pela leitura. E quando ao processo de manuseio para crimpar, o blog vai ter esta função também, ter videos produzidos por mim com as dicas práticas. Aguarde cenas dos próximos capítulos.

      Excluir
    2. Aguardando essas dicas, que é chato pra caramba essa parte do manuseio e crimpagem sem desfazer as tranças.

      Excluir
  5. Adorei a postagem vai me ajudar muito a montar meu sistema de cabeamento estruturado.

    ResponderExcluir
  6. Sensacional. Amei a postagem. O mundo precisa ouvir tudo o que você fala.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Como "ver" a qualidade da luz no cabo fibra óptica

Ainda tem parâmetros para "ver" a qualidade do cabo.

A documentação do cabeamento